Nos marcos dos 40 anos do assassinato do estudante Edson Luis, várias entidades do movimento social convocaram para o mês de março uma jornada de lutas pela educação. Esta é uma grande oportunidade para o movimento estudantil apresentar à sociedade as bandeiras que defendemos para a universidade brasileira. Uma pauta ofensiva que sistematize o conjunto de reivindicações e formulações do movimento de educação em defesa de uma Universidade Democrática e Popular.
O tempo da conciliação com a mercantilização da educação tem que acabar! É também tarefa desta jornada de lutas articular uma plataforma de fortalecimento da Universidade Pública, que localize o seu papel na sociedade e enfrente pautas importantes como acesso e permanência, financiamento, reforma pedagógica e curricular, democracia e regulamentação do ensino privado.
A luta por mudanças estruturais para a universidade brasileira se insere num programa maior de reformas democráticas e populares. Um programa que tem pautas fundamentais como a reforma urbana, a reforma agrária, a reforma da educação, a democratização da comunicação social, a reforma política, a reforma do sistema financeiro e a reforma do Estado.
Esse programa de reformas democráticas e populares deve impulsionar campanhas de massas que envolvam amplamente os movimentos sociais e os setores populares. Essas campanhas são fundamentais para superarmos a postura defensiva que por vezes pautou a ação da UNE e de outros movimentos sociais no último período. Também por isso, defendemos como fundamental a articulação dos setores que defendem a unidade (e não a divisão) do movimento social contra o neoliberalismo, motivo pelo qual espaços como a Coordenação dos Movimentos Sociais e o Fórum Nacional em defesa da Escola Pública devem ser valorizados.
No dia 28 de março nas ruas do Rio de Janeiro, e de tantas outras cidades e universidades do país houve atos em memória ao assassinato do estudante Edson Luís pela ditadura militar em 1968, num momento em que a repressão tirava não só a vida de um estudante, mas também tentava calar a voz de toda uma geração. Quarenta anos depois, outros tantos jovens e estudantes continuam empunhando muitas daquelas bandeiras de ontem, como a defesa de uma Universidade Democrática e Popular e a luta por uma América Latina Livre e o início de uma nova época na história do Brasil.
(Diego Santana/DCE e Bruno Elias/UNE)
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